Rafael propõe Mesa Nacional da Indústria

O presidente do TID-Brasil, Rafael Marques, propôs a criação da Mesa Nacional para Debate da Indústria no Brasil, durante reunião da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, na manhã desta quarta-feira, 17. 

“Aproveitando o debate sobre a desindustrialização e o fechamento da Ford, com a politização do tema, podemos criar a Mesa Nacional da Indústria, com a participação da CNI (Confederação Nacional da Indústria), com as federações patronais, com a IndustriALL-Brasil, com a CNM-CUT, as Confederações da CUT e outras centrais e sindicatos importantes, como os metalúrgicos de Sorocaba, Taubaté, ABC, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus e outros”, afirmou.

Segundo o presidente, a constituição da Mesa poderia acontecer no âmbito do Congresso Nacional, com a participação de deputados e senadores. 

Ele ponderou que parte do empresariado brasileiro defende o teto de gastos e a precarização do trabalho, iniciada com a Reforma Trabalhista, que foi uma ação vingativa contra os trabalhadores organizados em sindicatos, que elegeram Lula presidente. 

“A Reforma Trabalhista foi uma vingança política contra nós, mas ainda temos muitos caminhos para trilhar e convergências”, disse. 

Rafael chamou a atenção para o período que estamos vivendo de afrouxamento da globalização mundial. 

“Os grandes países estão se articulando e retomando as indústrias para o seu território, como Estados Unidos, Inglaterra, Japão e isso reduz o nosso tempo para a retomada, que passa pelo desenvolvimento tecnológico”, destacou. 

Para ele, a eletrificação de veículos não é o único modelo de combate às emissões de carbono, pois em certos casos, o carro elétrico pode ser mais poluente se comparada toda a cadeia a um combustível produzido por meio de energia limpa, como é o caso do etanol. 

“O desenvolvimento do etanol, desde o plantio até a emissão de gases é menos poluente que a produção de energia em alguns países que ainda se utilizam de termoelétricas movidas a carvão. O carro elétrico é viável, mas todo o processo deve ser considerado. É uma medida para a redução de poluentes, mas não é a única”, ponderou.

“Por isso, tem muita coisa ainda que temos que trabalhar para combater a desindustrialização, para aumentar o poder de diálogo e intervenção e recolocar o tema, uma vez que o baixo crescimento do Brasil se deve à desindustrialização”, completou. 

O presidente do TID-Brasil defendeu a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras sobre o tema da indústria para que retome à agenda nacional. 

“Quem quer passar o que estão passando os trabalhadores na Ford, na Audi ou na Mercedes de Iracemápolis?”, questionou. 

“Podemos atuar junto aos Consórcios Regionais, que têm criado muita força política local, além disso o movimento sindical tem legitimidade para propor o debate por não estar atrelado ao rentismo, como parte do empresariado está. O mercado não debate a indústria e nem o trabalho”, concluiu. 

O debate na CNM-CUT teve a participação dos representantes dos segmentos metalúrgicos, como siderúrgico, eletroeletrônico, aeroespacial, automotivo e de bens de capital e foi coordenado pelo secretário-geral da Confederação Loricardo de Oliveira. 

 

   

 

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