“A desindustrialização é uma doença”, diz Rafael Marques

Os dirigentes do Macrossetor da Indústria da CUT e do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil, se reuniram na última terça-feira, 2, para debater e encaminhar propostas para combater a desindustrialização no País e, também, aprovaram a refundação do TID-Brasil. 

Entre as ações estão a atualização do Plano Indústria 10+ Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico, a construção da Oficina de Planejamento, a criação da Mesa Nacional da Indústria e o debate sobre a unidade dos trabalhadores na indústria para a criação da Confederação Nacional.

Para o presidente do TID, Rafael Marques, a pandemia do novo coronavírus, as novas tecnologias, a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos entre outros fatores, vêm modificando a indústria no mundo. 

“O governo (Joe) Biden está traçando a recuperação da indústria americana. O setor ferroviário, que é um gargalo para eles e que é muito importante, terá um megainvestimento para recuperar aquela indústria tradicional, que vai de Nova Iorque até Chicago, passando pela Pensilvânia, que é chamado de Cinturão da Ferrugem”, explicou. 

“Mas também no setor da alta tecnologia, que é muito dependente dos bens intermediários construídos na China e no Leste Asiático, os EUA estão desenhando uma política com japoneses, australianos e coreanos para entrar na indústria dos semicondutores e dos chips da indústria eletrônica, que aumentará o conteúdo local desse setor”, completou Rafael. 

Segundo ele, não falta movimento internacional para que o Brasil possa ser inserido. 

“É possível fazermos projetos e apresentá-los aos governantes locais ou regionais, com financiamento internacional para apoiar o desenvolvimento local”, destacou. 

Além disso, o presidente do TID-Brasil defendeu a criação da Mesa Nacional da Indústria, para debater a desindustrialização com os trabalhadores do setor, empresários, parlamentares, governadores e consórcios regionais. 

“O Consórcio de Governadores do Nordeste é um fórum muito forte, presidido pelo governador do Piauí, Wellington Dias, que tem o que dizer à sociedade e discute assuntos nacionais semanalmente nas rádios do País”, afirmou Rafael. 

“Há um ativismo de prefeitos e governadores, por conta da pandemia, que está sendo boicotado pelo presidente da República, e precisamos nos inserir cada vez mais nesse movimento”, disse. 

“A indústria não vai acabar no Brasil, mas ela será menos relevante se não fizermos nada contra esse desmonte que vem acontecendo, a exemplo da Ford e de outras empresas. A desindustrialização é uma doença”, concluiu o presidente do TID.

Refundação do TID-Brasil

Os dirigentes do Macrossetor da Indústria da CUT aprovaram por unanimidade a refundação do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil e a recondução de Rafael Marques como presidente do Instituto. 

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *