Dirigentes do RS criam coordenação do MSI-CUT no Estado

Mais de 40 representantes de trabalhadores metalúrgicos, da alimentação, sapateiros, moveleiros, na indústria de celulose, petroquímicos e petroleiros, reunidos na sexta-feira (19), criaram a Coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT no Estado do Rio Grande do Sul, o MSI-CUT/RS. 

A organização é o resultado do trabalho que vem sendo realizado há quase um ano, pelos dirigentes no estado, com três objetivos principais: salvar a indústria, criar empregos de qualidade e ajudar na construção da nação brasileira.

Segundo Milton Viário, secretário de Finanças da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, FTM-RS, e integrante da coordenação do MSI-CUT/RS, a indústria gaúcha tem representatividade maior na economia que a média nacional do setor. 

“A indústria do Rio Grande do Sul tem 17% de participação na economia do Estado, enquanto que a média nacional está em torno de 11%, o que reflete maior vigor e potencialidades, principalmente nas cadeias produtivas”, afirmou o dirigente. 

Ele apresentou o balanço das ações e debates realizados durante esse último período, que nortearão a construção de um documento com propostas que potencialize a vocação local, o investimento em tecnologias, a recuperação do emprego decente e a preservação da natureza. 

Além disso, propõe o diálogo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, a Fiergs, com sete temas na pauta: Orçamento Público, Reforma Tributária, Lei de Responsabilidade Fiscal, Governança de Políticas Públicas, Privatizações, Preservação das Conquistas dos Trabalhadores e Programas de Promoção e Divulgação da Indústria. 

Viário apresentou também o Planejamento das Ações para 2021, com uma série de medidas, que incluem saídas para a crise sanitária do coronavírus, em debates com prefeituras, legislativos, associações comerciais e universidades. 

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Loricardo Oliveira, reafirmou a necessidade do debate da indústria estar na pauta dos sindicatos e no chão de fábrica.

O presidente do TID-Brasil, Rafael Marques, convidado para a análise de conjuntura sobre a indústria no cenário da pandemia, parabenizou os dirigentes pela iniciativa. 

“A organização que vocês estão criando no Rio Grande do Sul tem que ser um exemplo e inspiração para os dirigentes nos demais Estados do Brasil”, disse. 

Rafael destacou que a falta de políticas públicas de incentivo ao setor vem fragilizando ainda mais a indústria no Brasil. 

“A anti-política do governo Bolsonaro desmobiliza qualquer tentativa de recuperação da indústria e isso pode ser observado com a tentativa de criar fóruns de conversão industrial junto aos governos locais que não prosperaram”, lamentou. 

Para o presidente do TID, a atualização do Plano Indústria 10+ Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico, conjunto de diretrizes propostas pelos trabalhadores para fortalecer a indústria no Brasil, deve considerar essa realidade, além dos novos desafios impostos pela pandemia. 

“A crise sanitária explicitou as nossa desigualdades sociais e nos fez questionar: que políticas industriais são possíveis diante desse cenário? Como a indústria pode beneficiar socialmente a sociedade?”, provocou o dirigente. 

Ele defendeu a criação da Mesa Nacional da Indústria para ampliar o debate sobre o tema e incluir todos os atores sociais que possam contribuir para o fortalecimento do setor e a geração de empregos, além de garantir a soberania nacional. 

O secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, que coordenou os trabalhos na reunião, pediu para que cada dirigente fizesse um relato sobre a contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras pelo coronavírus e sobre os casos de falecimento pela Covid-19.

“Vamos construir um dossiê das mortes que estamos testemunhando, por que isso é uma guerra e os crimes dessa guerra deverão ser julgados e seus culpados responsabilizados”, convocou. 

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