Diálogo Social: Respeito à diversidade no trabalho

Representantes de trabalhadores e empresas debatem caminhos para o fim do preconceito

O presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil, Rafael Marques participou na quarta-feira (28), por meio de videoconferência, da atividade Diálogo Social: Questões  de Gênero e LGBTQI+ nas relações de trabalho. 

“Essa luta não é fácil, mas é possível vencer com diálogo, que permitirá pagar essas dívidas históricas que o Brasil tem com segmentos como negros, jovens, mulheres e a população LGBTQIA+”, disse.  

O encontro foi promovido pelo Solidarity Center em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo do Vestuário da CUT, a CNTRV-CUT e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese e apoio do Laudes Foundation.

Rafael destacou o posicionamento de empresas frente ao projeto apresentado na Assembleia Legislativa de São Paulo, que tenta proibir que pessoas LGBTQIA+ participem de publicidades de marcas. 

“As reações mais vigorosas contra esse projeto são de grandes empresas, que defendem a diversidade e têm diretrizes para ampliar a participação e o diálogo”, completou. 

A secretária-geral do TID-Brasil e presidenta da CNTRV-CUT, Cida Trajano, que coordenou a atividade, enfatizou a importância de reunir representantes de trabalhadores e trabalhadoras, de empresas do ramo do vestuário e pesquisadores em atividades que ampliem o conhecimento. 

“Temos que manter esse diálogo permanente para entendermos o que está de fato acontecendo no mundo do trabalho, propor ações para combater qualquer tipo de preconceito e discriminação seja de gênero, racial ou de orientação sexual e garantir o respeito a todos, todas e todes”, defendeu. 

A pesquisadora do Dieese, Laura Benevides, apresentou um estudo sobre as identidades de gênero e como a falta de conhecimento leva a situações de violência no trabalho. 

“Das 300 pessoas que participaram das pesquisa, 71% afirmou ter sofrido violência simbólica, que são comentários sobre roupas e cabelos de forma pejorativa”, explicou. 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a Abit, Fernando Pimentel, destacou a importância da indústria para o desenvolvimento do Brasil e para diminuir as desigualdades sociais. 

“A cada real produzido pela indústria de transformação no Brasil, R$ 2,67 são gerados na economia do País, além disso a média salarial dos trabalhadores na indústria, com ensino superior ou ensino médio, está acima da média nacional de outros setores (Quadro 1)”, afirmou. 

Quadro 1

Ele também expôs os efeitos da crise sanitária sobre o varejo (Quadro 2), traçou um panorama social de gênero dos trabalhadores têxteis e em confecções (Quadro 3) e apresentou os impactos positivos no setor provocados pelo auxílio emergencial pagos no ano passado e que deve ter uma redução de até oito vezes para este ano (Quadro 4). 

Quadro 2

Quadro 3

Quadro 4

Para Gustavo Garcia, oficial de programa do Solidarity Center estabelecer mesas de diálogo é sempre um desafio. 

“Todo esse trabalho visa a proteção adequada dos trabalhadores e trabalhadoras, mas acima de tudo garantir que todos sejam felizes”, concluiu. 

Também participaram da atividade representantes de sindicatos do ramo do vestuário das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o gestor de Projetos da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, a Abicalçados, Cristian Schlindwein, e o presidente da IndustriAll-Brasil, Aroaldo Oliveira.

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