Combustíveis alternativos e tecnologia brasileira

O presidente do TID-Brasil, Rafael Marques, participou nesta segunda-feira, 10, da visita à fábrica da Scania, em São Bernardo, organizada pela representação dos trabalhadores na empresa, junto ao Coletivo de Políticas Industriais do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Os debates sobre o Rota 2030 e a ausência de uma política industrial para o setor automotivo, desde o fim do Inovar-Auto em dezembro do ano passado, além da crise na Argentina foram alguns dos temas debatidos com o diretor de Assuntos Internos e Governamentais da montadora sueca, Gustavo Bonini.

Para o diretor da Scania, a experiência do Brasil no desenvolvimento de combustíveis alternativos, como o biodiesel, pode ser impulsionado pelo novo regime, desde que as emendas que incentivam a pesquisa sejam aprovadas no Congresso Nacional.

A Medida Provisória do Rota 2030 recebeu 81 emendas regulatórias e passa por análise na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A MP pode ser votada em novembro.

Bonini se disse otimista pela aprovação no Congresso e com a possibilidade de retorno de um regime automotivo, que incentive os investimentos da Scania.

Ele destacou as peculiaridades da planta de São Bernardo, um complexo industrial que agrega várias áreas em um mesmo espaço e com isso agiliza os processos produtivos, o que não ocorre em nenhuma outra planta da montadora pelo mundo.

Para o presidente do TID-Brasil, a visita foi importante para conferir de perto os investimentos que a Scania tem feito e que gerou mais de 800 empregos em 15 meses.

“Vimos uma disposição grande da empresa na construção de novas fábricas, como a de solda de cabinas inaugurada no final de agosto e que tem tecnologia 4.0 em todo o processo”, destacou Rafael.

O investimento da montadora foi de cerca de R$ 340 milhões em um espaço de 13 mil m², com automação dos processos dentro deste novo conceito.

A nova fábrica de Body Shop tem 75 robôs e conta com processos de manufatura integrada, com controle de produção desde o pedido até a entrega do veículo. Foram 160 trabalhadores envolvidos e cerca de 10 mil horas de treinamento para atuar nas áreas automatizadas. A capacidade de produção é de até 25 mil cabinas por ano de 19 modelos.

“Esses investimentos que a montadora tem feito é o resultado de acordos que foram negociados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e firmados em 2013 e 2014 para a flexibilização de jornada, contratação por tempo determinado e PLR”, completou.

 

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