Universidades brasileiras estudam mais a China

Tanto interesse se traduz, do lado brasileiro, em aumento da demanda pelo estudo de mandarim

Por Milton Pomar

A Universidade de Campinas, a Unicamp (foto), que possui cooperação com dez universidades chinesas e o grupo de estudo Brasil-China, lançará dia 10 de maio o seu Centro de Estudos sobre a China, em cooperação com a Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), para “refletir sobre as oportunidades e desafios que a ascensão do país asiático apresenta para o Brasil”, necessidade cada vez maior para as universidades brasileiras – e também para as chinesas, que ainda conhecem pouco a realidade do maior parceiro comercial do país na América do Sul e o seu potencial maior fornecedor de alimentos, energia e matérias-primas agrícolas e florestais.

Essa iniciativa da Unicamp dá bem a medida do interesse que a China tem despertado no meio acadêmico brasileiro: hoje, dez universidades já possuem convênio com o Instituto Confúcio, para o ensino de mandarim e promoção da cultura chinesa, um avanço considerável, desde o primeiro acordo com esse objetivo, estabelecido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em novembro de 2008. Algumas dessas universidades possuem grupos de estudo sobre a China, como a Unicamp; outras sobre a Ásia, a exemplo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Brasília (UNB) – que tem acordos de cooperação com oito instituições chinesas de ensino; e outras mais estão trabalhando para também constituir os seus grupos de estudo, como é o caso, na região Sul, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Tanto interesse se traduz, do lado brasileiro, em aumento da demanda pelo estudo de mandarim e por bolsas de estudo para permanecer na China por períodos de um a quatro anos, de acordo com o curso de pós-graduação pretendido. A oferta de bolsas para estudantes ainda é muito pequena, em relação ao interesse que há e comparado com a importância econômica da China para o Brasil. Além das bolsas oferecidas pelo Instituto Confúcio, há também iniciativas pontuais, inclusive de governos municipais, como é o caso do de Campinas (SP), que oferece bolsas para  MBA na Universidade de Minjiang, em Fuzhou, sua “cidade-irmã” e capital da província de Fujian.

A UFSC deverá realizar evento nos dias 27 e 28 de junho, sobre as perspectivas para o Brasil da iniciativa chinesa do “Cinturão e Rota”, com a participação de professores da China, Unicamp e Unesp, e a apresentação de trabalhos sobre a China, por alunos de várias áreas. Essa atividade faz parte de um conjunto de três palestras sobre o gigante asiático, realizadas em 2018 e em abril agora, visando informar alunos e professores a respeito da evolução e das características do país, com o intuito de estimular a produção de estudos sobre o país nas diversas áreas do conhecimento. As universidades catarinenses deverão investir cada vez mais no estudo da China e do mandarim pois, além de grande exportador de alimentos e importador de produtos chineses, duas das suas maiores indústrias (Weg e Embraco) estão instaladas lá há quase 20 anos; a Federação das Indústrias (Fiesc) organiza comitivas para a Feira de Cantão há 15 anos, e o estado estabeleceu relação de irmanamento com a populosa província de Henan em 2002.

Com informações do site Amanhã

 

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