Reformas: o argumento e a vida real
Por Rafael Marques
O discurso do governo federal de que as mudanças na lei trabalhista trariam regulamentação às mais diversas modalidades de contratos existentes no mercado de trabalho e que facilitariam as contratações caiu por terra.
A realidade do desemprego crescente no Brasil, com aumento de 1,1% no último trimestre, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 16, pelo IBGE, contradiz os frágeis argumentos pelas reformas.
Dos 13,4 milhões de desempregados no País, quase 40% procuram trabalho há mais de um ano e, além disso, outros 11,1 milhões de pessoas estão na informalidade e mais de 23 milhões estão trabalhando por conta própria, modalidades potencialmente precarizadas.
O estudo mostra também outro dado relevante para a sociedade brasileira, os Estados da federação que mais tiveram crescimento nos índices negativos de emprego estão no Norte e Nordeste.
Quase a metade dos trabalhadores na iniciativa privada no Maranhão não tem a carteira de trabalho assinada. Isso significa que todo o esforço que vinha sendo feito nos governos Lula e Dilma para diminuir as desigualdades regionais estão retrocedendo.
Com tudo isso, o governo ainda quer continuar atacando os direitos dos trabalhadores com a reforma da Previdência, que colocará a sociedade na miséria, não conterá a crise e nem fará o Brasil voltar a crescer. Ao contrário, concentrará ainda mais a renda no sistema financeiro, por meio da capitalização previdenciária proposta pelo ministro Paulo Guedes.
O caminho que o governo traça é o oposto do crescimento e do desenvolvimento social. O governo Bolsonaro propõe medidas nefastas para os trabalhadores e segue a marcha da exclusão social de jovens, mulheres e negros, os mais atingidos pela crise no mercado de trabalho.
Rafael Marques é presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil e ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Saiba mais informações sobre a pesquisa do IBGE aqui.
Confira o quadro elaborado pela Subseção do Dieese na CUT, sobre a ocupação da população brasileira, a pedido do Macrossetor da Indústria da CUT