Que competitividade teremos no acordo entre os blocos?

Por Rafael Marques

Desde o governo Temer, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia gera dúvidas pela falta de transparência nas negociações.

Não podemos comemorar nada antes de saber qual serão os impactos na economia, principalmente pela altíssima taxa de desemprego, aumento do desalento social e o índice pífio de crescimento do PIB previsto para esse ano: rebaixado de 2% para 0,8%.

Em um cenário que o atual governo entrega a nossa soberania, permitindo a desnacionalização das empresas; com companhias públicas sendo devastadas pela nova onda de ‘privataria’; queda vertiginosa de apoio à pesquisa, desenvolvimento e integração do Brasil às novas tecnologias, como digitalização, indústria 4.0, internet das coisas; ausência de formação de trabalhadores para essa virada tecnológica no mercado de trabalho, cabe uma pergunta:

– Qual competitividade os brasileiros e brasileiras terão diante desse acordo comercial?

Pelo que foi divulgado, a liberação das mesmas condições para as empresas de ambos os blocos na área de serviço (só para citar um item do acordo), poderá comprometer imediatamente o setor que mais emprega no País.

É necessário aprofundar o debate no Congresso Nacional para garantir que o Brasil, como maior país do bloco do Mercosul, tenha ganhos efetivos para a população no mesmo patamar dos europeus.

 

Rafael Marques é presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil e ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

 

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