Volta da Exxon é bom para o Brasil?

Por Rafael Marques, presidente do TID-Brasil

A matéria intitulada ‘Mudança de regras trouxe ExxonMobil de volta ao Brasil’, publicada pelo jornal Valor Econômico, na terça, dia 18 de setembro, sobre o aumento dos investimentos da empresa pode ser visto de duas formas. A visão do jornal é positiva e do mentor da Lei de Partilha também.

Nós, do TID-Brasil, interpretamos que a petrolífera estadunidense voltou ao Brasil por que a legislação do petróleo que era favorável ao País e ao povo brasileiro e pouco favorável às multinacionais não interessava à ela, que foi ‘tirando o pé’ dos investimentos.

Depois da crise política, com o golpe, que mudou a Lei de Partilha, interessou a Exxon retornar os investimentos no Brasil, porque a nova lei favorece as multinacionais e não o povo brasileiro.

O investimento de pouco mais de R$ 6 bilhões da empresa, como está publicado pelo Valor, não significa emprego no Brasil.

Significa que a companhia está explorando o nosso petróleo, trazendo as plataformas de fora, usando grande parte da base de fornecedores de fora do Brasil e, portanto, o aumento de investimentos não significa geração de empregos e nem prosperando a tecnologia, a pesquisa e o desenvolvimento.

Ao contrário, ela está se beneficiando de recursos vultuosos que a Petrobras fez em tecnologia de prospecção em águas profundas para identificar a existência ou não de petróleo.

A ExxonMobil é predadora, em nossa avaliação. Está usufruindo da descoberta e da pesquisa feita pela Petrobras sobre o Pré-Sal, que demandou muita tecnologia e, o que é pior, explorando com grande parte de fornecedores que estão fora do País.

O que o trabalhador e a indústria nacional ganham com a Exxon aqui? Muito menos do que ganhariam se os campos fossem da Petrobras. Essa é a nossa avaliação. Não tem ninguém bobo nessa história. Não duvidem de que esse é um dos motivos do golpe.

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