Covid-19: Macrossetor e TID debatem ações de enfrentamento

Os dirigentes do Macrossetor da Indústria da CUT, O MSI-CUT, e do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil, se reuniram por videoconferência, nesta quarta-feira, 22 para avaliar as ações de enfrentamento ao novo coronavírus, o Covid-19, e seus impactos na sociedade. 

Segundo o presidente do TID, Rafael Marques, a pandemia, que atinge todos os países do mundo, impôs a necessidade do fortalecimento da indústria no Brasil.

“Estamos propondo a criação de uma Câmara Setorial, com a participação de trabalhadores, empresários e governos para debater a reconversão industrial nessa área de saúde, como piloto para uma discussão mais ampla com foco na autonomia industrial do País”, defendeu. 

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Paulo Cayres, destacou dois modelos de reconversão.

“Temos o exemplo em Feira de Santana e da Gerdau, em Charqueadas, o que comprova que é absolutamente possível pensar em uma política industrial nesse sentido”, disse.  

Para Rafael, a operação do governo federal para relaxar o isolamento social, evidenciada pela demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é precoce e preocupa todos os trabalhadores. 

“Não podemos atropelar o tempo da ciência”, criticou. 

Além disso, para garantir o retorno aos postos de trabalho de forma segura, há a necessidade de uma campanha pelo uso dos Equipamentos de Proteção Individual, os EPIs.

“A exposição a esse vírus letal colocou o uso de proteção novamente no debate e ampliou para toda a sociedade”, destacou o secretário-geral da Confederação Nacional do Ramo Químico, a CNQ-CUT, Itamar José Rodrigues Sanches.

O isolamento social também ampliou o teletrabalho ou home office  e isso é um desafio aos dirigentes. 

O coordenador político da Federação dos Trabalhadores no Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo, a Fetquim, Airton Cano, chamou a atenção para a necessidade de regras para este formato.

 

“O home office tem que ser regulamentado e essas normas devem constar das convenções coletivas de trabalho, com jornada definida, entre outros”, destacou o coordenador. 

Mesmo com todos os esforços do movimento sindical para evitar uma demissão em massa, muitos trabalhadores e trabalhadoras perderam o emprego com o agravamento da crise econômica, em decorrência da pandemia do coronavírus. 

“Temos que saber quantos trabalhadores foram atingidos e fazer um levantamento do número de desempregados, para que o Macrossetor possa apontar respostas no médio e longo prazos”, disse o secretário-geral adjunto da CUT, Aparecido Donizeti da Silva. 

 

A pandemia tem exigido ações emergenciais de solidariedade para impedir que a população passe fome e possa se proteger da doença. 

“Muitos não estão conseguindo receber a renda emergencial de R$ 600 a R$ 1.200, proposta pela bancada de oposição ao governo federal, que havia oferecido R$ 200”, afirmou o secretário-geral da CUT-SP, João Cayres. 

“Fizeram um cadastro das pessoas que estavam nas sinaleiras (semáforos), criando CPFs, mas o dinheiro não chegou para elas”, denunciou o presidente da Federação Democrática dos Sapateiros do Rio Grande do Sul, João Batista Xavier. 

O MSI-CUT propõe a criação de um balcão virtual ou físico, em sindicatos, federações e confederações, para auxiliar a população a obter o recurso público.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, Cida Trajano, as ações devem ser guiadas pela defesa da vida, do emprego e dos direitos da classe trabalhadora. 

“A rede de solidariedade que está sendo criada pelo movimento sindical, para arrecadação de cestas básicas, produtos de higiene pessoal e distribuição de máscaras resgata o nosso papel social em um momento tão difícil como esse que estamos vivendo”, salientou a dirigente que também coordena o Macrossetor da Indústria da CUT. 

“Além disso, temos que pressionar o governo e congresso nacional para ampliar as parcelas do seguro desemprego”, completou. 

Os dirigentes também relataram os acordos que vêm sendo negociados nas diversas categorias, para a manutenção dos postos de trabalho e garantia da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. 

Os acordos irão compor um banco de dados para o Macrossetor da Indústria da CUT. 

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